quinta-feira, 25 de março de 2010


O Renascimento






1. Introdução
Desde os tempos mais remotos que o homem, desejou expressar as suas ideias, de diferentes formas. Assim, começou por falar, deu as primeiras pinceladas, escreveu os primeiros textos, construiu a primeira casa…
No séc. XV, um novo movimento apareceu, o Renascimento… Um movimento um pouco bizarro para a altura, que colocava o homem no centro de tudo, algo contraditório ao anteriormente defendido…Um Fenómeno iniciado em Itália e que percorreu quilómetros até chegar a Portugal… Nesses anos muito se evoluiu, nomeadamente na arte, na literatura e na ciência.
Contudo, neste trabalho, e porque muito há a dizer sobre o renascimento, resolvemos estudar apenas uma subdivisão da arte: a pintura.
A pintura renascentista é marcada por diversas características que pretendem embelezar e elevar o Homem ao máximo. Como muitos pintores se destacaram, escolhemos alguns dos mais marcantes e estudámos um pedacinho das suas vidas…
Assim, sem mais demora, e com um pedido de desculpas aos artistas não referidos neste trabalho, aqui está…

2.Consequências do Renascimento

O Renascimento caracteriza-se essencialmente por dois aspectos fundamentais: o interesse pelo saber e o interesse pela cultura, ou seja o humanismo e a criação literária.
Estes ideais, provenientes dos antigos Gregos e Romanos, marcaram fortemente este período, de grandes descobertas e explorações, com notáveis avanços na Ciência (sobretudo na anatomia) e na Astronomia. Deixa de existir a visão teocêntrica do Homem da Idade Média, isto é, Deus deixa de ser razão para todas as explicações acerca do Universo, a qual vai ser substituída pela visão antropocêntrica.
Contudo, vão existir outras causas e consequências que vão levar à rápida difusão do Renascimento e consequentemente vão exaltar cada vez mais a beleza e a riqueza que se viveu neste período de prosperidade.

Causas
• A invenção da tipografia, em 1440.
• As grandes navegações.
• O desenvolvimento comercial.
• Mudança intelectual e espiritual do Homem.

Consequências
• A ciência rompe com a tradição escolástica medieval.
• Ciência experimental (experiência).


3. Pintura Renascentista

A pintura foi uma das maiores revelações do Renascimento.
Esta forma artística teve dois focos de desenvolvimento fundamentais: A Itália (sobretudo a cidade de Florença) e a Flandres, onde ocorreram, no século XVI transformações revolucionárias.
Nestas regiões, principalmente, destacam-se alguns pintores famosos como Botticelli, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael, Van Eyck bem como os alemães Albrecht Durer e Holbein.
De seguida, estão citadas as principais características da pintura renascentista.

• Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objectos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.

• Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.

• Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.

• Inicia-se o uso da tela e da tinta a óleo.

• Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitectónicas, tornam-se manifestações independentes.

• Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.

• Naturalismo, Equilíbrio de Composição, Composição em Pirâmide.

• Novos temas: os artistas optaram por temas relacionados com a mitologia greco-romana, quotidiano e o retrato.


3. Miguel Ângelo

Michelangelo ("Miguel Ângelo") di Ludovico Buonarroti Simoni nasceu em Caprese, a 6 de Março de 1475. Foi um pintor, escultor, poeta e arquitecto renascentista italiano.
Apesar de ter feito poucas actividades além das artes, sua versatilidade em vários campos fez com que rivalizasse com Leonardo da Vinci no título de ícone da Renascença.
Inicialmente, Michelangelo foi estudar para Florença, onde criou dois relevos: a Batalha de Centauros e a Madonna da Escada.
Alguns anos depois, o Cardeal San Giorgio compra a obra de Michelangelo em mármore Cupido e decide chamá-lo a Roma, em 1496.
Influenciado pela antiguidade de Roma, ele produz Baco e a Pietá. Apesar de praticamente se dedicar à escultura, Michelangelo nunca deixou de desenhar.
Morreu a 18 de Fevereiro de 1564, com 88 anos, em Roma, Itália.
Michelangelo foi genial em vários campos e, além disso, também recebeu tarefas diplomáticas.

Principais obras:

O Juízo Final é um fresco pintado na parede do altar da Capela Sistina no séc XVI. É, na visão do artista, uma representação do Juízo Final inspiradas na narrativa bíblica.
Na pintura, Michelangelo expressa vigorosamente o conceito de Justiça Divina, severa e implacável em relação aos condenados. O Cristo, parte central da composição, é o Juiz dos eleitos que sobem ao Céu , enquanto os condenados esperam Caronte e Minos. A ressurreição dos mortos e os anjos tocando trombetas completam a composição.


A Criação de Adão é um fresco pintado por volta de 1511, que figura no tecto da Capela Sistina. A cena representa um episódio do Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem, Adão à sua imagem e semelhança.
Deus é representado como um ancião barbudo envolto em um manto que divide com alguns anjos. O seu braço esquerdo está abraçado a uma figura feminina, Eva, que espera no céu para ganhar uma forma humana. O braço direito de Deus está esticado para criar o poder da vida em Adão, o qual esta com o braço esquerdo estendido em contraposição ao do criador. Os dedos de Adão e de Deus estão separados por uma pequena distância.




4.Leonardo da Vinci

Leonardo nasceu a 15 de Abril de 1452, na pequena cidade de Vinci, perto de Florença, centro intelectual e científico da Itália.
O seu talento artístico revelou-se cedo, mostrando excepcional habilidade na geometria, na música e na expressão artística.
Reconhecendo estas suas capacidades, o seu pai, Ser Piero da Vinci, mostrou os desenhos do filho a Andrea del Verrocchio. O grande mestre da renascença ficou encantado com o talento de Leonardo e tornou-o seu aprendiz. Em 1472, com apenas vinte anos, Leonardo associa-se ao núcleo de pintores de Florença.
Não se sabe muito mais acerca da educação e formação do artista, no entanto, muitos autores afirmam que o seu conhecimento não provém de fontes tradicionais, mas sim da observação pessoal e da aplicação prática das suas ideias.
Pintor, escultor, arquitecto e engenheiro, Leonardo da Vinci foi o talento mais versátil da Itália do Renascimento. Os seus desenhos, combinando uma precisão científica com um grande poder imaginativo, reflectem a enorme vastidão dos seus interesses, que iam desde a biologia, à fisiologia, à hidráulica, à aeronáutica e à matemática. Durante o apogeu do renascimento, Da Vinci, enquanto anatomista, preocupou-se com os sistemas internos do corpo humano, e enquanto artista interessou-se pelos detalhes externos da forma humana, estudando exaustivamente as suas proporções.
Desta forma, recebeu várias encomendas como a encomenda de pintar a Virgem dos Rochedos para a Confraria da Imaculada Conceição, e a Última Ceia para o mosteiro de Santa Maria delle Grazie, duas obras distinguidas mundialmente bem como outras.
Leonardo morreu em Clos Lucé, em 2 de Maio de 1519 e a sua morte causou alguma polémica.






Principais obras:


Principais características das pinturas de Da Vinci : utilização da técnica artística da perspectiva, uso de cores próximas da realidade, figuras humanas perfeitas, temas religiosos, uso da matemática em cálculos artísticos, imagens principais centralizadas, paisagens de fundo, figuras humanas com expressões de sentimento e detalhismo artístico.
Como sabemos, a obra “Mona Lisa” também conhecida por “Gioconda” e “última Ceia” são as principais obras deste artista do Renascimento.

Mona Lisa, é a mais notável e conhecida obra do pintor italiano Leonardo da Vinci.
O quadro apresenta uma mulher com uma expressão introspectiva e um pouco tímida. O seu sorriso restrito é muito sedutor, mesmo que um pouco conservador e o seu corpo representa o padrão de beleza da mulher na época de Leonardo.
Leonardo começou o retrato em 1503 e terminou-o três ou quatro anos mais tarde. A pintura a óleo sobre madeira de álamo encontra-se exposta agora no Museu do Louvre, em Paris, e é a maior atracção do museu.


A Última Ceia é uma pintura de Leonardo da Vinci para de seu protector, o Duque Lodovico Sforza.
Representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos antes de ser preso e crucificado como descreve a Bíblia.

5. Van Eyck

Jan van Eyck foi um pintor flamengo do século XV, pupilo de Robert Campin, caracterizado pelo naturalismo, imperando na sua obra meticulosos pormenores e vivas cores.
Van Eyck pintava a madeira em que concebia os seus quadros de branco, o que concedia à pintura um excepcional brilho e um ligeiro efeito de profundidade. A ressequida madeira era também polida. Tal diz-nos que o artista era muito inovador e até um pouco atrevido.
É concedida, muitas vezes, a van Eyck a criação da pintura a óleo. Todavia, esta já era relativamente conhecida e utilizada na Flandres do século XIV. Realmente, o que o artista criou foi a tinta a óleo com secagem rápida.
É de relevo, na obra de van Eyck, a influência da pintura helenística. O artista costumava conceder profundidade e diversas sombras, mesmo nas zonas onde mais incidia a luz. Tal facto, pode ser considerado como uma iniciação ao realismo.
Por outro lado, é interessante verificar uma constante elementar, mas de profundo vigor, em quase toda a obra do artista flamengo: as figuras humanas aparecem representadas como se fossem um monumento.
Morreu no decorrer do ano de 1441 em Bruges.



6. A arte em Portugal

O gótico-manuelino e a afirmação das novas tendências renascentistas
O renascimento é um fenómeno contemporâneo dos Descobrimentos e desenvolveu-se em intima ligação com a empresa ultramarina nacional. Todavia, a arte renascentista só tardiamente chega a Portugal e, de início, apenas através de elementos decorativos associados às estruturas do gótico final. No nosso País, porém, este estilo desenvolveu características ornamentais próprias, definindo entre finais do século XV e inícios do século XVI, uma arte frequentemente denominada como manuelino ou gótico manuelino.
No campo decorativo deste estilo, a representação da natureza expressa-se por ornamentações de carácter realista onde a demonstração vegetalista aparece frequentemente de forma exuberante, como se pode verificar nas obras mais importantes do manuelino: janela da Sala do Capitulo do convento de Cristo (c. 1510), em Tomar, Mosteiro dos Jerónimos, com especial destaque para o magnifico portal da igreja, arcada do claustro de D. Manuel no Mosteiro da Batalha ou ainda na Torre de Belém.
A arte do renascimento penetrou em Portugal como forma ornamental associada à arquitectura da última fase do gótico.Com efeito, os elementos decorativos renascentistas arabescos, grotescos, medalhões, aparecem a decorar formas arquitectónicas essencialmente góticas.






7. Grão Vasco

Vasco Fernandes, mais conhecido por Grão Vasco, é considerado o principal nome da pintura portuguesa quinhentista. Nasceu provavelmente em Viseu e exerceu sua actividade artística no Norte de Portugal na primeira metade do século XVI.
A primeira referência a Vasco Fernandes data de 1501, quando se iniciou a feitura do grande retábulo da capela-mor da Sé de Viseu.
Mais tarde, entre 1506 e 1511, trabalhou em Lamego pintando o retábulo da capela-mor da Sé, contudo nesta obra já toma a responsabilidade individual sendo auxiliado por entalhadores flamengos.
De seguida, esteve em Coimbra (cerca de 1530), onde pintou quatro retábulos para o Mosteiro de Santa Cruz.
Mais tarde instalou-se novamente em Viseu e realizou vários retábulos, considerados suas obras mais importantes, para a Sé e o Paço Episcopal do Fontelo, junto com seu colaborador Gaspar Vaz. Vasco Fernandes foi um pintor de transição do Manuelino, pintura flamenga e renascentista à custa do humanista D. Miguel da Silva, que com o seu conhecimento e biblioteca lhe cria influências renascentistas. Além dos traços italianizares é também a utilização de uma iconografia humanista que mostra o impacto que os ideias de D. Miguel da Silva tiveram sobre a oficina de Viseu.
A maior parte das pinturas de Vasco Fernandes estão no Museu Grão Vasco, em Viseu, com obras da sua primeira e última fases artísticas.

Principais obras:



8. Gregório Lopes

Gregório Lopes (Portugal, 1490 – 1550) foi um dos mais insignes pintores do Renascimento português.
Recebeu treinamento no atelier de Jorge Afonso, e mais tarde se tornou pintor da corte de D. João II, bem como o seu sucessor D. Sebastião. Pintou, também, diversos painéis para o cardeal D. Henrique, para o bispo de Lamego, para o Convento de Cristo, em Tomar, entre outros destinatários.
A sua produção está, geralmente, no género religioso. O seu estilo incorpora a influência da arte renascentista italiana e do gótico flamengo tardio.
Gregório Lopes é, sem dúvida, um dos pintores mais representativos, pela sua invulgar capacidade de representar a perspectiva.


Principais obras:

Alguns dos quadros e painéis deste artista português são verdadeiras obras – primas e representam um marco importante na nossa cultura. É o caso de “A Virgem, o Menino e Anjos num jardim” e do “Marítimo de S. Sebastião”, que se encontram expostos no Museu de Arte Antiga, em Lisboa, entre outras.




9. Conclusão

No fim desta viagem, após visitarmos Itália, cidade pioneira do renascimento, depois de conhecermos Da Vinci, ver-mos cuidadosamente as pinturas de Miguel Ângelo e de admirar-mos as pinturas dos mais conceituados pintores renascentistas descobrimos que foi provavelmente nesta altura, que foram pintadas as melhores obras de sempre…
Ninguém nunca mais idealizou o que eles idealizaram, ninguém rascunhou o que eles rascunharam e ninguém pintou como eles pensaram…
Por fim, entendemos a magia envolta em cada quadro, um misto de realidade do retratado na tela, e a inacreditável capacidade do artista para pintar tais obras…
Com nada mais a acrescentar, resta-nos esperar que tenham gostado e que, depois deste trabalho, tenha crescido em vós, o bichinho de ver, ao vivo e a cores estas mesmas obras e de que, como nós sintam também as diferentes emoções que nos transmitem…




10. Bibliografia

INFORMAÇÕES EM:
http://agnazare.ccems.pt/EB23EMUS/3_ciclo/renascimento.htm
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/durer/renascimento.
http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/R/renascimento.htm
http://pt.wikipedia.org/
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/historia/historia_trab/estilomanuelino.htm

IMAGENS EM:
http://www.grupoescolar.com/a/b/981ED.jpg
http://stelladauer.files.wordpress.com/2006/10/primavera-botticelli.jpg
http://colunas.g1.com.br/files/14/2007/12/800px-leonardo_da_vinci
http://pinturaportuguesa.blogs.sapo.pt/arquivo/grao_vasco6g.jpg

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